Ficha de trabalho sobre a peça Auto da Barca do Inferno
Ficha de trabalho sobre a cena dos quatro Cavaleiros da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena dos quatro Cavaleiros
Ficha de trabalho sobre a cena do Enforcado da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Enforcado
Ficha de trabalho sobre a cena do Corregedor e Procurador da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Corregedor e Procurador
Ficha de trabalho sobre a cena do Judeu da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Judeu
Ficha de trabalho sobre a cena da Alcoviteira da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Alcoviteira
Ficha de trabalho sobre a cena do Frade da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Frade
Ficha de trabalho sobre a cena do Sapateiro da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Sapateiro
Ficha de trabalho sobre a cena do Parvo da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Parvo
Ficha de trabalho sobre a cena do Onzeneiro da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Onzeneiro
Ficha de trabalho sobre a cena do Fidalgo da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Fidalgo
Personagem-tipo
Ficha de trabalho da parte introdutória da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da parte introdutória da peça Auto da Barca do Inferno
Resumo da peça Auto da Barca do Inferno
Num
braço de mar, onde estão ancoradas duas barcas, chegam as almas de
representantes de várias classes sociais e profissionais. Uma das barcas
dirige-se ao Inferno; a outra, ao Paraíso. A primeira será tripulada pelo Diabo
e seu Companheiro; a outra, por um Anjo.
Eis que chega a primeira alma para a viagem. É Dom Henrique, o
Fidalgo, acompanhado por um criado que transporta uma cadeira e carrega um
manto para o seu Senhor. Como acontecerá com outros personagens, argumenta
contra sua ida para o Inferno, considera que a barca não é digna de sua nobre
pessoa. O Diabo procura ironizar os diversos argumentos apresentados pelo
Fidalgo, dizendo que uma vida cheia de prazeres e pecados só podia resultar em
punição.
Joane, novo personagem, caracterizado como o Parvo, é quem chega a
seguir. Conversa com o Diabo e começa a praguejá-lo quando descobre o destino
de sua barca. Entra em território do Anjo porque - assim lhe haviam dito - o
reino do Céu seria dos pobres. Para o Anjo, os actos do bobo eram fruto da sua
condição, sendo provas de sua inocência e não de sua maldade. Irá ao Paraíso,
portanto, o Parvo, passageiro único do barco que vai à Glória! Mas antes de
entrar, mantém-se ao lado do Anjo, para ajudar na avaliação dos próximos
passageiros.
Chega ao barco do Inferno um Sapateiro com suas ferramentas de
ofício. Aparentemente, um bom trabalhador. Quando é convidado pelo Diabo a
entrar, recusa, com o argumento de que morrera comungado e confessado. Que bom
cristão parece ser! Mas o Diabo responde-lhe que foi excomungado por omissão de
seus pecados, pois roubava seus fregueses ao cobrar seus serviços prestados. O
Sapateiro, não contente, dirige-se à barca do Anjo, mas é barrado com a
explicação de que o lugar de quem rouba na praça é no barco que vai ao Demo. De
nada adiantava ter ido à missa se, ao mesmo tempo, havia roubado, cobrando
preços exagerados. Assim, o Sapateiro dirige-se à outra barca, aceitando seu
destino.
Chega então um Frade, trazendo uma moça pela mão. Esta moça era sua
amante - Florença. Com ela, traz um broquel, uma espada e um capacete,
representando sua paixão pela esgrima. Ao chegar, canta e dança. É muito folião
esse Frade! Ao ser repreendido pelo Diabo, responde: "Deo gratias! Sou
cortesão". Dessa forma, aproveita-se da sua posição, desmascarando a falsidade
da figura religiosa da época. Conciliar prazeres e penitências resultou em
hipocrisia, defeito grave. O Anjo não poderia perdoá-lo.
A Alcoviteira
dirige-se à barca do Anjo, que nem quer ouvi-la, alegando que é uma pessoa
inoportuna. Brísida, então, volta à barca do Diabo, pedindo-lhe a prancha e
embarcando nela.
Enquanto o Corregedor conversa com o Diabo, chega um Procurador cheio
de livros. Ambos se recusam a entrar no barco do Diabo, chamando pelo Anjo e
dirigindo-se até ele. O Anjo roga praga aos documentos jurídicos que carregam e
manda-os de volta.
Dentro do barco do Inferno, o Corregedor reconhece Brísida e começam
a conversar. Nesse momento, percebe-se a corrupção pelas vias legais, o uso das
instituições para privilégios pessoais.
Vida e obra de Gil Vicente
Ficha de trabalho sobre a cena dos quatro Cavaleiros da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena dos quatro Cavaleiros
Ficha de trabalho sobre a cena do Enforcado da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Enforcado
Ficha de trabalho sobre a cena do Corregedor e Procurador da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Corregedor e Procurador
Ficha de trabalho sobre a cena do Judeu da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Judeu
Ficha de trabalho sobre a cena da Alcoviteira da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Alcoviteira
Ficha de trabalho sobre a cena do Frade da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Frade
Ficha de trabalho sobre a cena do Sapateiro da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Sapateiro
Ficha de trabalho sobre a cena do Parvo da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Parvo
Ficha de trabalho sobre a cena do Onzeneiro da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Onzeneiro
Ficha de trabalho sobre a cena do Fidalgo da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da cena do Fidalgo
Personagem-tipo
É uma personagem cujo comportamento está em coerência com as qualidades e os defeitos da classe, da profissão ou do grupo social a que pertence. Apresenta-se em placo acompanhado de símbolos cénicos que imediatamente a identificam. A linguagem (registos / níveis de linguagem) utilizada por esta personagem é também um sinal distintivo da sua situação social.
Ficha de trabalho da parte introdutória da peça Auto da Barca do Inferno
Análise da parte introdutória da peça Auto da Barca do Inferno
Resumo da peça Auto da Barca do Inferno

O Diabo tem pressa de partir e procura
apressar seu Companheiro. Nos preparativos para a viagem, convoca os
passageiros e dá ordens ao ajudante, demonstra conhecimento sobre o equipamento
do navio e apresenta desenvoltura na linguagem insinuante e irónica. É um
magnífico dissimulado, nem parece que vai levar as almas para as terras da
danação! Mostra-se entusiasmado, feliz e é com muita cortesia que recebe os
seus passageiros, com excepção do Judeu, como se verá.
O Fidalgo dirige-se, então, à barca do
Anjo. Afinal, quem quer ir para o Inferno?Alega direito de embarcar por
pertencer a uma boa linhagem. Boa linhagem, mas muito tirano e vaidoso, o tal
Fidalgo. O seu esforço foi em vão e, retornando à barca do Inferno, quer
demonstrar força moral ao reconhecer que vivera erradamente.
Numa última tentativa, o Fidalgo tenta ser sagaz e implora ao Diabo
que o deixe voltar à vida, para despedir-se da amante que se queria matar por
sua causa. O Diabo, divertindo-se em ser maldoso, ironiza as crenças do Fidalgo
nas juras da moça, que já estaria com outro quando o nobre dava seus últimos
suspiros.
Chega o Onzeneiro, carregado, é claro, com
o seu bolsão de dinheiro. Recusa-se a embarcar quando toma conhecimento do
destino da barca do Diabo. O Diabo, sarcástico, faz-se de espantado com o facto
do dinheiro do Onzeneiro não ter servido para salvá-lo da morte. O agiota ainda
reclama que não pudera trazer nenhum centavo, nem mesmo para pagar a viagem.
Procura então a barca do Anjo, pedindo-lhe que o deixe entrar, pois queria
mesmo era o Paraíso. O seu pedido é recusado quando o Anjo vê o seu bolsão e
afirma que estaria tão cheio de dinheiro que tomaria todo o espaço do navio. O
Onzeneiro contra-argumenta, declarando que não tem dinheiro, mas o Anjo afirma
que ele pode não ter nada nos bolsos, mas no seu coração ainda subsiste a ideia
de lucro. O Onzeneiro, desconsolado, entra na barca infernal, cumprimentando
com respeito o Fidalgo, que lá já estava, aguardando a triste partida.
O Frade tenta convencer o Diabo de sua
inocência, ensinando-lhe a arte da esgrima, mas o seu esforço foi em vão. Não
contente, busca a barca do Anjo, para tentar defender seus direitos enquanto
representante da Santa Madre Igreja, mas nada consegue, nem sequer uma resposta
do Anjo. Volta à barca do Diabo, ridicularizado pelo Parvo, que lhe pergunta se
furtara o «trichão».
Chega uma alcoviteira, Brísida Vaz, que se recusa a
entrar na barca. Representa a mais terrível das almas penadas, pois passara a
vida seduzindo meninas para os padres. O Diabo sente-se lisonjeado com o receio
da nova passageira e pergunta o que ela traz para o embarque. Brísida responde
que carregava
seiscentos hímenes
postiços e três arcas de feitiços, além de produtos de furtos e até uma casa movediça;
o seu maior tesouro era as moças que vendia.
Depois da Alcoviteira, chega o Judeu com
um bode às costas. O Diabo nega-se a embarcar o animal, mas o Judeu tenta
suborná-lo com alguns tostões. Sem muita discussão, o Judeu é rebocado pela
barca do Diabo.
Chega, então, a vez do Corregedor. Carregado
de processos, aproxima-se da barca do Inferno. Recusa-se a rumar para destino
tão cruel, tentando defender-se, mas é desmascarado pelo Diabo, que expõe o
recebimento de subornos através de sua mulher. Para se defender, o Corregedor
culpa sua própria esposa, mas o esforço foi em vão.
Nova alma vai-se aproximando: o Enforcado,
que se julga merecedor do perdão por ter tido uma morte cruel. É o próximo
personagem a entrar na barca do Diabo, que não se comove com o sofrimento de um
homem que tantos furtos cometera em vida. O Enforcado simboliza o ladrão que
rouba sem vantagens, sendo manipulado por outros de posições mais
privilegiadas.
Dirigem-se
agora à barca do céu os Quatro Cavaleiros, empunhando a cruz de Cristo.Lutaram pela expansão da Fé Católica e ganham a vida eterna como
recompensa, por terem sido mortos pelos mouros. Prosseguiram na barca do Anjo,
cantando e sentindo-se aliviados por terem cumprido corretamente as suas
missões.
Vida e obra de Gil Vicente